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"MINHA CIRURGIA FOI DIA 6 DE MARÇO DE 2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Com ou sem anel?

Com ou sem anel ?

Dia desses eu estava com essa dúvida, e hoje navegando na net encontrei esse artigo do Dr.Irineu Rasera mt esclarecedor por sinal, que foi tudo nos meus questionamentos.

Essa polêmica ainda ainda não foi finalizada. Não presencio mais, como há alguns anos, aquelas discussões calorosas em congressos que beiravam o fanatismo. Porém não significa que a questão foi resolvida. Persistem as opiniões apaixonadas de ambos os lados, entre os defensores fervorosos da colocação do anel versus os inimigos públicos número um deste artifício.

O pivo desta história é um segmento de 6,5 cm de um material sintético a base de um elastâmero que mescla as propriedades inertes e flexíveis do silicone com certa distensibilidade do elástico. Comercialmente tem o nome de Silastic (lê-se "sailastic"). Tem sido colocado desde os anos 70, nas primeira técnicas de gastroplastia com anel, sem secção gástrica e sem a emenda intestinal (Y de Roux). Depois foi utilizado pelo Dr. MAL Fobi em 1989 e pelo Dr. Rafael Capella, ambos nos EUA, em cirurgias similares. Pouco tempo depois, Dr. Capella optou por trocá-lo por uma pequena faixa de tela de um polímero plástico (polipropileno), mantendo a idéia do anel, porém mais curto, com 5,5 cm. Essa medida não pode ser utilizada no anel pois leva à estenose (estreitamento) e à migração (o anel "corroe" a parede do novo reservatório gástrico e entra nele).

A justificativa principal para usar este dispositivo é promover um estreitamento previsível e duradouro, visto que o material é inerte e dura, em princípio, toda a vida, sem a necessidade de substituições ou ajustes. Assim, independente do comprimento do novo estômago, da largura de sua base ou fundo e da anastomose (costura entre o novo estômago e a alça intestinal), a passagem terá um estreitamento por volta de 1,2cm, que é a medida obtida ao fechar o segmento de 6,5 cm de anel ao redor do estômago grampeado. Criticam os cirurgiões que não utilizam o anel dizendo que manter um estreitamento sem material sintético inerte pode levar à dilatação com o passar dos anos, com consequente perda da restrição alimentar, da sensação de saciedade e da estabilidade do peso perdido. Dr. Fobi publicou artigos científicos mostrando pacientes operados com mais de 20 anos, com anel, com excelentes resultados.

Dr. Arthur Garrido, ao trazer a técnica ao Brasil, o fez através de seu aprendizado com seu amigo Dr. Capella, colombiano e muito simpático à causa latina. Formou a primeira geração de cirurgiões bariátricos do país, na qual me incluo como um de seus primeiros alunos. Passamos também a ensinar a cirurgia a outros colegas. Em pouco tempo a técnica de Capella com anel virou sinônimo de cirurgia da obesidade no Brasil, modelo de bons resultados. Parecia até que era verdade no mundo todo. Só parecia.

Os americanos continuaram a fazer uma técnica similar, sem colocar anel nem faixa de tela. E também publicavam bons resultados, criticando a colocação do anel que levaria à maiores dificuldades alimentares e complicações relacionadas, como migrações, võmitos persistentes e deslizamentos com necessidade de reintervenção cirúrgica. Esta linha de pensamento ganhou força a partir de 2001 após a descoberta da grelina, o hormônio da fome, o que voltou as atenções dos pesquisadores à fisiologia hormonal do aparelho digestório, com a identificação de outros hormônio e no entendimento de diversos mecanismos de saciedade. O fator "mecânico" da restrição perdeu espaço para a modificação "química" induzida pela cirurgia. Ninguém mais se sentia confortável em discutir o anel.

De modo definitivo não temos a resposta. Existem verdades dos dois lados. Não temos um estudo randomizado duplo-cego (tem esse nome porque nem o paciente e nem o cirurgião que analiza os resultados sabem quem colocou o anel ou não, o que é decidico por sorteio), multicêntrico (realizado em diversos serviços cirúrgicos) que esclareça essa questão de uma vez por todas, nem está em vias de acontecer, até onde sei.

Em minha prática diária procuro agir com racionalidade, tentando não me contaminar com as emoções. Já temos mais de 3200 pacientes operados, já fizemos diversas técnicas, com e sem anel, abertas e laparoscópicas. Não demoro muito mais nem muito menos, nem ganho mais nem menos em colocar o anel. Respeito a opinião de meus pacientes, mas para ser sincero, na maioria da vezes eles mesmo me perguntam o que penso, pedindo que eu decida sob a luz da experiência.

Eu continuo a colocá-lo, com exceção nos pacientes acima de 60 anos e em alguns casos de uma necessidade menor de perda de peso, como nas cirurgias metabólicas. O índice de complicações relacionadas ao anel está em 1 a cada 200 operados, o que relativamente baixo. E algumas vezes pode ser resolvido por endoscopia. Raramente tenho estenoses e o problema do deslizamento foi quase totalmente resolvido em novembro de 2005. A partir dessa data, passamos a fixá-lo em dois outros pontos mais, sendo que até o momento que escrevo este artigo, não houve mais nenhum deslizamento.

Mantenho a mente aberta, em contínuo aprendizado. Mudarei de opinião sem ressentimentos caso descubra que posso fazer ainda melhor do que fazemos e deixarei de colocá-lo se for o caso. Como disse Raul Seixas, "eu prefiro ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...".

Escrito por Dr. Irineu Rasera http://bariatrica.zip.net/

8 comentários:

  1. Boa pergunta Fer! Ouvi falar que ele não rezolve nada, lendo sua postagem fiquei em duvida... Quem fez com anel adora! No meu caso, meu cirurgião não me deu essa opção, mas se desse, a princípio não queria. Mas parece que ele nos "segura" mais... Ai ai, minha opinião só fez mais confusão eu acho, hehehehe!!! Bjos Fer!

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    1. Fez con fusão não Fabi, é sempre bom ouvir opiniões, eu ainda não sei se meu médico vai ou não usar o anel, minha consulta com ele é na terça-feira, aí sim vou esclarecer ainda mais minhas dúvidas.

      Bjus flor!!!

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  2. ÓTIMA PERGUNTA ,MAS EU LI MUITAS MATÉRIAS FALANDO ,Q SEM O ANEL A PORCENTAGEM DE PERDA DE PESO É MAIOR VAMOS VER,E NÃO ESQUECENDO CADA ORGANISMO É UM E TAMBÉM Ñ QUERO CORRER O RISCO DE NO FUTURO TE QUE REMOVER POR ALGUM PROBLEMA,COMO A PRÓTESE DE SILICONE.
    MINHA OPNIÃO
    BJSSSSSS

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    1. Vava, SEM o anel vc leu que a perda é maior?
      Eu achava que era com o anel.
      Obrigada pelo seu pitaco.
      Bjus!!!

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  3. Fernanda com Anel e eliminação de peso é bem maior, pq da proporção na qual o alimento é engerido, o anel impede de consumir uma quantidade maior, porem o desconforto é gigantesco tbm, eu opitei em fazer sem anel, pelo conforto, é bem mais confortavel comer, mesmo tendo alguns entalos de vex em qnd rsrsr. sucesso flor amei a materia

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  4. Oi, vc vai se operar quando? Eu soube pelo meu medico que o anel ele so usa em casos extremos. Me disse ele que é qdo precisa perdet mais de 60 kgs. Eu vou fazer sem anel. Farei dia 8 de março as 7hs. Acompanharei vc agora. Meu nome e soraya e sou do RN. Tudo de bom para vc!!! Meu e-mail é sorayacafe@gmail.com

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